domingo, 16 de novembro de 2008

Filmes - Parte II - [REC]

[REC] - Minha análise



Eu estava indo para ver Jogos Mortais V, já me acostumando com a idéia do filme na cabeça há alguns dias. Mas chegando lá, não tinha o horário que eu queria, e como a vontade de cinema era tanta, bom, vamos ver [REC]. O filme espanhol que estréio no Brasil dia 14 de novembro não tinha mais do que quatro pessoas na sessão de sábado a tarde, dia 15 pós-estréia. “O filme é ruim”,pensei. Ótimo, estava em boa companhia hehe. O filme iniciou com pinta de documentário escolar daqueles bem chatos que passam nas salas...Filmado na primeira pessoa, não como em Bruxa de Blair que a câmera é caseira e há passagens fora dela, tudo é feito apenas com uma câmera profissional.
Uma repórter e seu cinegrafista vão filmar a rotina de uma unidade de Corpo de Bombeiros para seu programa noturno, acho que era o “Enquanto você dorme”. Ainda na pegada de documentário chato, a repórter desanimada tenta arrancar algum clime interessante dali. Mas a coisa lá dentro dos bombeiros é bem monótona, e tudo que poderia mostrar é eles comendo, quem trabalha, sala de TV e quadra de basquete em que passam o tempo enquanto não recebem uma chamada. E a chamada pode ser para resgatar animais de estimação, pessoas que caem de escadas e até de incêndios propriamente ditos.
Então, quando menos esperam, vem a primeira chamada da noite. Os bombeiros e a equipe de televisão vão para um prédio onde uma senhora idosa está presa em seu apartamento. Os moradores do prédio pequeno se aglomeram no hall de entrada, já que todos acordaram com os gritos da mulher. Dois policiais, já no local, tentam controlar as pessoas, mantendo todos juntos, enquanto os bombeiros subiram para arrombar a porta e liberar a idosa. Mas logo que conseguem, percebem que algo de muito estranho com a mulher, que parece mentalmente perturbada, banhada em sangue, ela ataca um dos policiais à mordidas como um animal bizarro e perturbado! Quando tentam levar o ferido para fora, descobrem que o prédio está trancado. Vários oficiais do lado de fora, quase como uma espécie de Swat, isolam o local e pedem que todos aguardem com calma por um agente da vigilância sanitária, sem informar ninguém que está havendo. Enquanto todos tentam entender, um dos bombeiros cai do vão da escada com marcas de mordida se estatelando no chão no meio de todos. Entram em pânico, sem saber o que está acontecendo. Tudo acontece em frente à câmera de televisão, com o [REC] ligado, registrando todos os momentos.
Eis as curiosidades que reparei. Pablo, o cinegrafista em momento algum do filme aparece mais do que seus pés e sua voz. O elenco trabalha de maneira a ajudar incrivelmente para que o filme parecesse uma gravação real; os rostos, as expressões, eram personagens palpáveis e ultra-reais.
Apesar do desenvolver da trama deixar um pouco a desejar nas explicações, é um terror que foge dos clichês americanizados com o áudio em espanhol e unicamente legendado.
O fato de mortos-vivos contaminarem com a mordida não é nenhuma novidade no cinema e nas histórias do tema, mas isso foi quebrado com a história da “menina possuída” como foi colocado, e era isso que deveria ter trabalho mais para se distanciar ainda mais do terror e clichê americano.
Mas ainda destaco outro ponto que o filme me ganhou muito: O medo. Há muito tempo eu não conhecia filmes de terror/suspense que prendesse o espectador na cadeira em agonia e medo como deveria ser a intenção de todos os filmes. O filme dá esperança e tira a todo o momento, e nos faz esperar por um final feliz como todo bom filme hollywoodiano. Mas o filme realmente causa a agonia e o medo, não sei dizer se é pelo inesperado – porque nem é tão imprevisível assim – ou pela qualidade “trash” de produção. O terror também é provocado por mudanças bruscas de cenários, por volumes exagerados de som... Aqui está mais um exemplo de um bom filme europeu.
Resumidamente, classifico o filme como “Bom”, numa categoria de: Ruim, Regular, Bom e Ótimo.

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